Enquanto Barra Mansa Dorme as outras cidades não param de crescer.
Segue matéria do Diario do Vale.
Resende
O local que vai abrigar a fábrica da montadora japonesa Nissan - atualmente sendo construída em Resende - vai receber também cinco fornecedores da empresa, sem contar outros dois que se instalarão na cidade, em locais próximos. A informação é do secretário municipal de Indústria, Tecnologia e Serviços, Edgar Moreira.
- Uma das coisas mais importantes na chegada de uma montadora é que ela nunca vem sozinha. A produção de veículos exige a presença de diversas empresas, e elas tendem a se instalar o mais perto possível da fábrica principal, porque as montadoras trabalham com estoques mínimos, e a logística exige que os fornecedores estejam perto para fazerem entregas pequenas e frequentes. Assim, as montadoras têm mais flexibilidade para acelerar ou reduzir o ritmo de produção de acordo com a demanda - afirma Edgar.
Com a chegada da Nissan, Resende vai passar a abrigar sua segunda montadora, uma vez que já conta com a MAN Latin America, que produz caminhões e ônibus das marcas MAN e Volkswagen.
No entanto, Edgar afirma que, em vez de assumir a posição de polo automotivo, a estratégia do prefeito José Rechuan (PP) para o município passa pela diversificação.
- Evidentemente, a Nissan e todos os seus fornecedores são muito bem vindos a Resende, mas o município não tema intenção de se tornar, exclusivamente, um polo automotivo. O objetivo é diversificar, para que tenhamos uma economia menos sujeita às variações de um único setor da economia - diz o secretário.
Um dos exemplos dessa estratégia é a chegada da Schultz, uma empresa que vai trabalhar com reciclagem de garrafas PET. Nesse caso, Edgar afirma que a empresa, além de trazer mais empregos e mais arrecadação para a cidade, virá também colaborar com o meio ambiente.
- Garrafas PET deixadas no meio ambiente levam centenas de anos para serem absorvidas, e como elas são descartáveis, muitas vezes acabam no lixo. Já uma empresa de reciclagem desse material cria um novo mercado, ao transformar o que antes era lixo em possibilidade de renda. É o crescimento econômico auxiliando a ecologia - declarou.
Os condomínios empresariais que serão instalados em Resende também demonstram essa intenção de diversificar. Eles não serão voltados exclusivamente para a indústria automobilística. A intenção é atrair empresas de tecnologia, que têm impacto ambiental pequeno ou nulo e ainda geram empregos de alta qualidade, com pacotes atraentes de remuneração e benefícios.
Capacitação
Atrais empresas de segmentos diversificados, porém, não é tudo. O governo municipal tem entre suas prioridades para os próximos quatro anos a qualificação de mão de obra, que tem como objetivo fazer com que, cada vez mais, os empregos criados em Resende sejam ocupados por moradores locais.
‘China do Sul Fluminense'
Em relação à posição de destaque que a cidade vem assumindo no cenário econômico regional, Edgar afirma que a situação é semelhante á da China no cenário mundial:
- A China não é a maior economia do mundo, mas é a que mais cresce. Tem um grande mercado interno ainda inexplorado e dispõe de recursos e mão de obra abundantes. Os Estados Unidos, que são a maior economia, estão limitados em sua possibilidade de crescimento por já serem um mercado gigantesco e maduro, e também porque já não dispõem de tanta demanda reprimida, além de já estarem usando praticamente a totalidade de seus recursos naturais. Por isso, enquanto a China cresce implantando indústrias, os EUA avançam criando serviços. Na região, Resende é a China, e pretendemos manter por um bom tempo esse acelerado crescimento industrial, sabendo que outros municípios vão buscar seu crescimento econômico principalmente na área de serviços - conclui o secretário.
